sexta-feira, 11 de março de 2011

Um encontro iluminado



Enquanto eu refletia deitada no sofá, acabei adormecendo em pouco tempo. Em meio ao sono, tive um sonho. Sonhei que estava saindo de casa com uma mochila nas costas, muito contente. Caminhava livremente pelas ruas, parecendo não ser notada, e tomava uma estrada diferente, rumo às montanhas - era estranho porque eu não conhecia o local, mas sabia como chegar até lá. – Aproximava-me de uma árvore muito alta e bonita, quando percebi que havia uma pessoa ao lado dela, de costas, vestida de branco, e apesar de não reconhecer quem era eu não me assustei e fui ao seu encontro. Parei próximo à árvore e coloquei a mochila no chão. Aproximei-me lentamente e me pus ao lado da pessoa, observando o que ela admirava. Até então não tinha percebido que estávamos em um penhasco, e comecei a entender porque a tal pessoa não havia me olhado ainda. A vista de onde estávamos era perfeita, tudo tão verde, florido e belo, que não se conseguia desviar o olhar. Parecia uma janela para outro mundo, onde víamos a natureza em sua mais bela forma de perfeição, e tudo o que se conseguia fazer era contemplar a beleza que Deus criara naquele local e sentir a paz que nos consumia.
- É tudo tão perfeito não acha? – perguntou-me a pessoa sem desviar a atenção.
- Sim – respondi. – Não tem nada a ver com o mundo que conheço.
- O seu mundo também já foi assim um dia, antes do homem conhecer a destruição – disse-me.
Neste momento olhei em sua direção e fiquei admirada com sua luz. Dela emanava um brilho que não me permitiu enxergar seu rosto, mas imaginei que devia ser tão angelical quanto sua voz feminina e suave. Assim como o lugar, ela também emitia paz.
- Diga-me Marina, como é possível presenciar tamanha beleza e não acreditar no amor? – inquiriu-me.
Sem palavras, e sem entender do que se tratava aquele misterioso encontro, apenas pude responder um “Não sei”, ao qual ela redarguiu:
- Vocês, seres humanos, têm o péssimo hábito de olhar apenas o lado ruim das coisas. Devemos extrair sabedoria dos nossos fracassos, erros e decepções... Se aprendessem isso, evoluiriam muito mais rápido.
Novamente não soube o que falar, mas tive a sensação de que estava fazendo algo de errado. Ela então prosseguiu:
- Você sabia que todos vocês são testados?
- Como assim? – perguntei confusa.
- Todos vocês, sem exceção, enfrentam dificuldades no decorrer da vida, e a forma como lidam com elas, define o modo como vivem. As pessoas foram criadas para viver em conjunto, ajudando umas às outras; se elas não sabem lidar com os próprios problemas, como poderão auxiliar os demais na resolução dos deles? Um ser maior testa cada atitude, cada gesto, o modo como vêem a vida, de forma incansável durante todos os dias...
- E qual o propósito? Ensinar-nos a dar valor à vida? – perguntei.
- Também. Além disso, Ele busca ensiná-los a cultivar o amor, a aprenderem a verdadeira felicidade. A vida torna-se longa e feliz quando se sabe viver genuinamente.
- Mas, e quando a pessoa não consegue se livrar de lembranças que a fizeram mal? Como ela pode ser feliz novamente?
- Esse é o desafio. Cada pessoa tem suas dificuldades de acordo com o grau que precisa para evoluir na vida. Elas apenas devem aprender a usar as memórias desagradáveis como forma de auxílio, ao invés de apoio ao fracasso. O lema é viver cada dia como se fosse o único. Enquanto estiver presa ao passado, ele não deixará que você enxergue as maravilhas que o futuro lhe reserva. Dessa forma, sempre fará as escolhas erradas na vida.
Imersa em pensamentos, não consegui encontrar nenhum argumento e apenas continuei a admirar toda aquela beleza em plenitude à minha frente...

Um comentário:

Anônimo disse...

Pena que nem todos pensam na vida dessa forma...
Dolei!
Bjus

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