Estava hoje deitada na cama, escrevendo (para variar! rs), quando ouvi vozes na cozinha, onde uma delas pronunciava: "Rumbora, tô atrasada!". Então, lembrei-me do processo gramatical de aglutinação, e tentei enquadrá-lo nessa palavra. Ficaria assim: rumbora = vamos + embora. Daí em diante comecei a perceber o quanto falamos errado, como aglutinamos as palavras... A maioria das vezes isso ocorre sem que percebamos, afinal, são raras as pessoas que falam correto o tempo inteiro (se é que há!), e no hábito de falar errado, depressa, não pausadamente, acabamos por "engolir" muitas letras das palavras (até aqui o brasileiro procura um atalho!), principalmente do final, onde quase todas ganham um som mudo, outras ganham letras novas, outras são substituidas por sinônimos que nem o dicionário conhece... E no fim surgem então essas pérolas... Acompanhe comigo e se identifique com algumas palavras bem conhecidas:
Ramo (não é folhagem) = vamos;
Bota (não é calçado) = coloca;
Butei = coloquei;
Tava = estava;
Dava = entregava;
Cagado e cuspido = encarnado e esculpido (nem os ditados escapam!);
Fomo = fomos;
Dêrdi = desde;
Num = não;
Cadê = onde está?;
Rrá = já;
Findou = resultou;
Rudía = rodilha;
Tá = está;
Tô = estou;
Guenta = aguenta;
Simbora, vambora = vamos embora;
Homi = homem;
Muié = mulher;
Trocêu = retorceu;
Pr'onde = para onde;
Pr'eu = para eu;
Pr'uma = para uma;
Cuié = colher;
Donde = de onde;
Tiver = estiver;
Futuquei = mexi;
Tudim = todo.
(etc...)
Aplicando em uma frase o que citei acima, ficaria mais ou menos assim:
"Ei, ramo pruma festa que vai tê hoje à noit, tôd mundo vai, só vai ficá a gent. Rumbora muié, bota uma rôpa aí..."
Se o "Seu Omar" (Seriado Todo mundo odeia o Chris) estivesse lendo isto, ele diria apenas: "Trágico!". rs.
By: Litynha*