sábado, 9 de julho de 2011

Uma prosa cômica de caminhoneiro

Por esses dias, após entrar de férias, peguei carona com um caminhoneiro e sua esposa, que é minha amiga, a caminho de minha cidade. Eis que, em meio à conversas, debatíamos o fato de caminhoneiros terem muita história para contar, mas nem sempre algum público para ouvir. Foi então que ambos começaram a contar-me umas prosas envolvendo índios, BR e caminhões – histórias por sinal nada agradáveis para eles -, e acabei por lembrar de um velho conhecido – também caminhoneiro -, que um dia ofereceu carona a mim e mais três amigos.
Esse meu conhecido é simplesmente uma figura! Sabe aquelas pessoas que já trabalharam em tudo que nossa imaginação alcança? Os típicos “pau para toda obra”?! Pois é, ele é um desses! Unindo isto ao fato de ser caminhoneiro, você pode imaginar quanta coisa esta pessoa guarda em sua mente. Neste dia, ele nos relatou a imensa alegria que sente em dar carona a alguém, pois caminhoneiros são pessoas, em parte, solitárias, o que torna o acompanhante alguém muito especial como ouvinte.
         Aproveitando-se de nossos ouvidos, ele começou a contar sua história de vida, desde jardineiro, à pedreiro, à segurança, à babá – lhe disse que o cara é vivido! - e por fim, digo, até o momento, caminhoneiro. Contou-nos, entre suas presepadas, uma prosa cômica que jamais esqueci. Eis que um dia, andando pelo mundo, passara em meio a uma avenida e avistara, à margem, um grande grupo de pessoas fantasiadas, pulando carnaval. Como estava antecipado um dia para a entrega da carga, achou que poderia passar alguns minutos ali, comemorando com eles. Encostou sem conhecer ninguém e logo foi fazendo amizade com o pessoal. Quando percebeu, já estava entrosado e bebendo todas.
         Segundo ele, a galera tava num pique “arretado”, e viraram a noite na praia. Ele, como não queria largar o movimento, seguiu o trio e permaneceu com o povão. À noite, por volta das vinte e uma horas, um amigo telefona para ele perguntando sobre seu paradeiro, pois a entrega havia sido antecipada para a manhã seguinte. O que ele responde? “Ah cara, tô aqui numa praia curtindo o carnaval com um povo que eu nem conheço. Muito bom. Mais eu tô antecipado, ainda são nove da manhã, dá tempo”. Sem entender, o amigo perguntou em que lugar do Japão ele estava para serem nove da manhã, pois no Brasil eram nove da noite. Foi então que ele olhou para o céu e quando viu as estrelas percebeu o tamanho do delírio. O motivo? Ele estava usando um daqueles óculos de lente espelhada, de cor amarelo, e como não o tirou em nenhum momento, a impressão que dava era de ser dia, pois ele olhava ao redor e via tudo amarelo, como o entardecer... Eu sorri nesta hora! Realmente não é normal! rsrs.
         Fica a dica: Se não quiser perder a hora, não use óculos de lente amarela! Coisas que só caminhoneiros contam... rs.

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